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ESG aplicado para o mundo real.

- o Bê a Bá de como ESG pode transformar negócios do futuro.

Por Verena Pessim | 10 de março, 2025

Ilustração por Cássia Roriz.

Boas-vindas! Se você é executiva, designer, trabalha com tecnologia ou simplesmente tem curiosidade sobre ESG, puxa uma cadeira, passa um café e deixa a gente se apresentar.


Esta é a Meio, uma plataforma que reúne artigos, entrevistas, cases e ferramentas sobre ESG aplicados ao mundo real. Somos uma iniciativa da Meiuca ESG e acreditamos que a evolução social e ambiental é possível e que design e tecnologia são os meios para impulsioná-la.


Então, entra e fica à vontade :) 

Bom, ESG é uma sigla que vem ganhando cada vez mais espaço no mundo dos negócios e nas discussões globais, à medida que mudanças climáticas, desigualdades sociais e crises de governança se tornam desafios inadiáveis.


Claro, esse cenário é complexo e atravessado por movimentos sociais, ambientais e políticos muitas vezes opostos. No entanto, independentemente das divergências, empresas de todos os setores precisam repensar seu papel e seu impacto no mundo. 


É aqui que o ESG (Ambiental, Social e Governança) se torna um guia essencial para negócios mais responsáveis e sustentáveis.  


Nosso objetivo é descomplicar e te provocar a olhar para o seu negócio — ou para o seu trabalho — com um novo olhar: um olhar que enxerga oportunidades em práticas sustentáveis, decisões éticas e soluções criativas. 

Mas afinal, o que é ESG?

Trazendo a sigla como meio de colaborar com os desafios atuais. ESG é a sigla em inglês para Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança). Na prática, esses três pilares ajudam empresas a pensar além do lucro, considerando também o impacto que geram no meio ambiente, na sociedade e em sua própria gestão. 

 

E de Environmental (Ambiental)

O problema:

O aumento das emissões de carbono intensifica eventos climáticos extremos, impactando a economia global com disrupções nas cadeias de suprimentos, aumento de custos e escassez de recursos naturais. Empresas que não se adaptam correm o risco de perder competitividade e comprometer sua viabilidade no longo prazo.


Como o pilar ambiental contribui:

Orienta as organizações a reduzir sua pegada de carbono, a adotar práticas de economia circular e a investir em energia renováveis. Provoca também a discussão sobre gestão de resíduos e uso consciente de recursos naturais. Isso não só ajuda o planeta, mas também traz eficiência e economia para os negócios.


Alguns exemplos: 

  • Uma empresa de tecnologia que migra seus servidores para datacenters com energia renovável, reduzindo sua pegada de carbono. 

  • Uma marca de cosméticos que opta por materiais reciclados ou biodegradáveis em suas embalagens.

  • Startups que desenvolvem soluções para monitorar o desperdício de energia em escritórios e fábricas.



S de Social (Social)

O problema:

Além do meio ambiente, a sociedade exige mais responsabilidade das empresas em relação às pessoas. Marcas que falham nessas áreas sofrem boicotes, perdem clientes e afastam talentos.


Como o pilar social contribui:

O foco são as pessoas — colaboradores, clientes, comunidades e todos os stakeholders envolvidos. Este pilar trata de temas como diversidade e inclusão, condições de trabalho justas, privacidade de dados e responsabilidade social. 


Alguns exemplos: 

  • Um estúdio de design que prioriza a diversidade em sua equipe e cria projetos com foco em acessibilidade.

  • Empresas de tecnologia que desenvolvem plataformas seguras e inclusivas, respeitando a privacidade dos usuários.

  • Corporações que investem em programas de capacitação para comunidades locais onde atuam.



G de Governance (Governança)

O problema:

Escândalos corporativos e casos de corrupção abalaram a confiança no mundo dos negócios. Investidores e consumidores exigem 100% de transparência em toda a cadeia produtiva. Falhas na governança podem resultar em processos legais, perdas financeiras e danos irreversíveis à reputação.


Como o pilar de governança contribui:

Governança é sobre transparência, ética e boa gestão. Esse pilar garante que a empresa siga práticas justas, evite corrupção e adote processos de decisão responsáveis e transparentes.


Alguns exemplos: 

  • Corporações que publicam relatórios de impacto social e ambiental, mostrando resultados com transparência.

  • Empresas que adotam códigos de ética rigorosos e treinam seus colaboradores para segui-los.

  • Organizações que incluem diversidade de gênero e ético-racial no conselho de administração, garantindo decisões mais representativas.

Trecho do vídeo manifesto da Meio.

Em poucas palavras: ESG é um caminho para empresas que desejam fazer parte da solução e não apenas assistir aos desafios do mundo. E aqui está a melhor parte: quando integrado de forma estratégica, ele não só contribui para um futuro melhor, mas também impulsiona o valor e a competitividade do negócio.


No universo de design e tecnologia, isso significa criar soluções criativas, adotar processos inovadores e tomar decisões mais conscientes. Quem incorpora ESG de verdade já sai na frente — e essa vantagem só tende a crescer.

Como surgiu a sigla ESG?

Embora o conceito de empresas responsáveis não seja algo exatamente novo, o termo ESG como conhecemos hoje surgiu em 2004, em um relatório intitulado “Who Cares Wins”, ou "Quem se importa ganha” em tradução livre, publicado pelo Pacto Global da ONU em parceria com instituições financeiras de peso. O documento é o resultado de uma provocação do então secretário-geral da ONU Kofi Annan a 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.  A ideia era simples, mas revolucionária: mostrar que questões ambientais, sociais e de governança não eram apenas preocupações éticas — eram também fundamentais para a performance financeira de longo prazo.


Esse movimento ganhou força porque investidores começaram a perceber que ignorar esses fatores podia significar riscos financeiros sérios, enquanto considerá-los poderia abrir portas para novas oportunidades de crescimento e de inovação. Afinal, empresas que respeitam o meio ambiente, cuidam das pessoas e têm uma gestão transparente tendem a ser mais resilientes, éticas e lucrativas.

Por que 2004?

O início dos anos 2000 foi marcado por uma série de crises corporativas e ambientais que acenderam um sinal de alerta no mercado. Escândalos como os da Enron e da WorldCom expuseram falhas de governança e ética em grandes corporações. Ao mesmo tempo, a crescente preocupação com as mudanças climáticas e a pressão social por mais responsabilidade das empresas impulsionaram a busca por critérios que fossem além do financeiro.


Os Escândalos que despertaram ESG.


Os escândalos da Enron e da WorldCom, duas gigantes americanas dos setores de energia e telecomunicações, respectivamente, evidenciaram falhas de governança e ética corporativa, impulsionando a criação do conceito de ESG.


A Enron, que chegou a valer US$ 70 bilhões, ocultava dívidas bilionárias e inflava lucros, colapsando em 2001 e arrastando a auditora Arthur Andersen. Em 2002, a WorldCom, então avaliada em cerca de US$ 180 bilhões, fraudou US$ 11 bilhões, levando à sua falência — uma das maiores da história.


Esses casos abalaram a confiança no mercado e resultaram na Lei Sarbanes-Oxley, que reforçou regras de governança. No fim, crises como essas ajudaram a reforçar a importância de empresas transparentes, responsáveis e sustentáveis, conceitos que mais tarde ficariam consolidados no ESG.

Triple Bottom Line  

E aqui a gente pode trazer outra sigla que faz muito sentido para as empresas que estão protagonizando esse movimento. O conceito de Triple Bottom Line (TBL), Tripé da Sustentabilidade ou ainda 3Ps  propõe que o sucesso de um negócio deve ser medido não apenas pelo lucro (Profit), mas também pelo impacto positivo que gera nas pessoas (People) e no planeta (Planet). Essa abordagem incentiva empresas a equilibrarem desempenho financeiro, responsabilidade social e preservação ambiental, criando valor sustentável a longo prazo para todos os stakeholders — não apenas para acionistas.

Triple Bottom Line (TBL), Tripé da Sustentabilidade.

Diferencial competitivo. O diferencial que grandes empresas e produtos digitais não podem mais ignorar

Desde o surgimento da sigla para cá, ESG deixou de ser um tema restrito a relatórios de sustentabilidade e se tornou um critério-chave para investidores, clientes e colaboradores. No universo de design e tecnologia, essa evolução tem sido especialmente relevante. Empresas do setor perceberam que incorporar ESG não é apenas uma questão de reputação, mas uma forma de inovar, reduzir riscos e criar soluções com impacto positivo. Desde plataformas digitais que promovem inclusão até produtos desenvolvidos com foco em economia circular, o ESG está cada vez mais presente no DNA de negócios que querem prosperar no futuro.

Por que o ESG deixou de ser opcional?

Consumidores conscientes que exigem maior responsabilidade:

Clientes buscam marcas que respeitam o meio ambiente, protegem dados e promovem inclusão.

Exemplo: A Apple investe em materiais recicláveis e operações neutras em carbono, enquanto a Netflix disponibiliza recursos de acessibilidade para públicos diversos. 


Investidores priorizam empresas com práticas ESG:

Negócios comprometidos com ESG são considerados mais seguros e sustentáveis a longo prazo.

Exemplo: A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, passou a considerar práticas ESG como critério-chave para investimento, pressionando empresas globais a se adequarem.


Profissionais qualificados preferem empresas com propósito:

Talentos buscam organizações com valores claros e práticas éticas.

Exemplo: Empresas como Microsoft e Google investem em diversidade e projetos de impacto social para atrair e reter os melhores profissionais do mercado.


Regulamentações rigorosas punem a falta de responsabilidade:

Leis globais exigem ações concretas em áreas como privacidade, emissões e direitos trabalhistas.

Exemplo: A União Europeia multou empresas digitais por violações de dados sob o GDPR, (General Data Protection Regulation que é o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia).e novas regras ambientais já impactam fabricantes de eletrônicos que não se adaptam a padrões de reciclagem.


ESG estimula inovação e eficiência:

Além de reduzir riscos, práticas sustentáveis promovem soluções criativas e cortes de custos.

Exemplo: O Google utiliza data centers alimentados por energia renovável, economizando recursos e melhorando sua reputação ambiental. No varejo digital, a Amazon tem testado opções de entrega com menor emissão de carbono.

Conscientizar a empresa é o primeiro passo

No universo das grandes empresas e produtos digitais, inovar com responsabilidade não é só bom para o mundo — é um diferencial competitivo real e necessário.


Então, se você faz parte da liderança ou da equipe de uma grande empresa, já pode dar o primeiro passo, reunindo e engajando as pessoas sobre o tema.


Conscientizar a empresa é o primeiro passo. Entender pequenas ações consistentes também pode ser uma forma de gerar grandes resultados ao longo do tempo.


O mais importante é dar o primeiro passo, engajar as pessoas certas e manter um ciclo contínuo de aprendizado e de melhoria. Mas, fique tranquila, falaremos muito mais sobre como por ESG em prática nos próximos artigos. 


Siga com a gente!


Verena Pessim

Chief Design Officer e ESG Lead na Meiuca

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