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Dá pra medir felicidade no trabalho?

Como a Meiuca desenvolveu uma metodologia para mensurar o bem estar do seu time

Por Mila Di Cezar | 13 de março, 2025

A Meiuca vem crescendo constantemente durante seus quase oito anos de vida. De forma controlada e cuidadosa, fomos ampliando o nosso time e no meio do caminho aperfeiçoando a maneira como avaliamos clima e cultura dentro de casa. Evoluímos nossa metodologia e hoje venho, orgulhosamente, apresentar alguns resultados e compartilhar reflexões com vocês.


Somos um time extremamente comprometido com nossos objetivos, exigente com a qualidade das nossas entregas e que busca atuar de forma autônoma.Ter consciência social também possui um peso importante por aqui, onde discutimos os desajustes da sociedade, estimulamos a busca de hacks pra ajudar a solucioná-los, e nos provocamos sobre nossos privilégios. Tudo isso preservando um ambiente de trabalho saudável, alto astral e de muito aprendizado.  

Pra garantir que essa visão de time esteja alinhada com o que desejamos seguir construindo como empresa, criamos a Intersecção da Felicidade no Trabalho - IFT. Ela funciona como um radar que gera valiosos insights e nos ajuda a estar mais próximos de cada indivíduo de forma personalizada. Somado a isso, alimenta outros mecanismos de gestão de pessoas, nos apoiando na construção de uma visão 360° de cada pessoa colaboradora.


Enquanto desenhávamos nosso método, nos deparamos com referências de  e-NPS normalmente praticadas pelo mercado corporativo padrão. Porém, elas não representavam 100% a nossa visão, principalmente se formos considerar a ótica e o foco das perguntas dessas pesquisas.

 

Pra Meiuca, não é só sobre medir a opinião geral das pessoas e o quanto elas nos recomendariam por aí, mas sim sobre como elas se enxergam atuando em nosso ecossistema e no time dos sonhos que queremos construir, baseado na nossa interpretação de relações laborais ideais. Por isso, optamos por criar a nossa própria versão de e-NPS. 

Começamos nos questionando sobre o que é felicidade no trabalho. E após muitas conversas com o time, definimos que, pra Meiuca, a felicidade no trabalho acontece a partir do equilíbrio entre: ver sentido no que se faz, ter desafios técnicos recorrentes, viver uma rotina de trabalho saudável e estar confortável com sua remuneração atual. Quando falamos em intersecção, nos referimos ao ponto de encontro entre esses 4 pilares, que vão estar mais ou menos equilibrados de acordo com o momento de cada indivíduo. 


É importante compreender que existem momentos profissionais e pessoais que influenciarão pra essa balança pesar mais pra um lado ou pra outro. E tá tudo bem. É natural que o desenho da intersecção não esteja sempre em equilíbrio. Pra nós, o mais importante é seguir a busca constante pela sua evolução e compreender os porquês desses resultados.

Desenhando os pilares

Após dinâmicas de ideação e muitas pesquisas com o time, concluímos que os 4 pilares desse método seriam definidos como:

1. Remuneração

O time precisa compreender a régua de remuneração da empresa e, sobretudo, estar confortável com o salário atual. 


2. Desafio técnico 

Queremos que as pessoas do time entendam que aqui têm espaço e liberdade pra aprender coisas novas. Além de receberem desafios constantes que as fazem sair da zona de conforto. 


3. Sentido

Por que estamos aqui? É importante enxergar razão no que se faz, ver significado em sua atuação dentro do ecossistema da Meiuca e sentir orgulho de seus próprios resultados. 


4. Rotina de trabalho saudável 

Queremos um ambiente de trabalho no qual a qualidade de vida prevaleça, e as pessoas possam vivenciar uma vida profissional de sonhos.

Definindo a periodicidade

Depois de elegermos os pilares concluímos que pra termos um termômetro de clima e cultura que reflita a realidade do time era necessário frequentemente nos questionar. Assim decidimos que, uma vez por mês,  enviaremos uma pesquisa pra equipe, com a intenção de analisar esses pilares. Tudo que sai dessa investigação mensal vira informação pro nosso termômetro. 


Pra metrificar nossos pilares, fazemos perguntas em formato de escala linear seguindo a régua: 


1 = muito infeliz 

2 = infeliz 

3 = neutro 

4 = feliz 

5 = muito feliz

Intersecção da Felicidade no Trabalho - A metodologia criada pela Meiuca

Rotinas de acompanhamento e parâmetros

Com os resultados coletados é hora de trabalhar nossa base de dados. Por enquanto, estamos usando os aplicativos do Google para rodar as pesquisas (Forms), analisar os dados (Excel) e apresentar reports (Slides). Está funcionando bem, mas em paralelo estudamos alternativas para aperfeiçoar essa etapa de gestão dos dados, especialmente porque queremos criar um grande dashboard com uma visão sistêmica de cada pessoa e de como sua intersecção vai se comportando ao longo do ano.


Por fim, definimos quais seriam os parâmetros desejados para sabermos se estávamos indo no caminho certo. Através de muita escuta ativa, conversas com o time e cafezinhos com profissionais do mercado, compreendemos que poderíamos estabelecer os seguintes parâmetros:


  • Queremos ter ao menos 70% do nosso time satisfeito em todos os pilares. Ou seja, essa amostra precisa estar posicionada entre as notas 4 (feliz) e 5 (muito feliz). 


  • É natural o time eventualmente se sentir na condição “neutra”. Mas se identificarmos pessoas nessa ou em qualquer nota inferior, é o momento de levantarmos a bandeira vermelha em nosso departamento de Gente & Cultura. A partir disso, buscaremos entender como melhorar essa visão sobre o pilar em questão, além de começarmos um acompanhamento mais personalizado pra cada caso.


  • Temos um combinado entre as gestões de área pra não nos contentarmos com muitas notas neutras. Iremos sempre nos esforçar para alcançar as notas 4 (feliz) e 5 (muito feliz) em nosso time.

Análises e reports

Pra exemplificar os insights já gerados com os resultados iniciais da Intersecção da Felicidade no Trabalho, eu trouxe dois exemplos de análises:


Exemplo 1


Aqui temos um exemplo de uma pessoa designer e a evolução dos seus pilares durante seis meses. Podemos notar um enorme ponto de atenção em relação ao seu desafio técnico, que logo buscamos entender e criar alternativas pra melhorar sua realidade. Neste caso, a pessoa designer estava em uma fase do projeto na qual realmente acontecem atividades mais repetitivas e de baixo desafio técnico, principalmente pra pessoas mais seniores. Sendo assim, seria natural essa oscilação até o final desta etapa do projeto.

Exemplo 1: Gráfico mostrando a insatisfação momentânea de um designer com o desafio técnico

Ao identificar esse contexto, procuramos alternativas pra levar mais desafios técnicos pro dia a dia dessa pessoa, como sugestões de novos estudos, participação como produtora de conteúdo para um de nossos rituais de chapter de disciplina ou a colaboração com outras frentes de trabalho que pudessem tirá-la de sua zona de conforto. 


Nem sempre encontramos alternativas pra fugir dessa situação no escopo específico dos projetos - o que também é natural - mas com certeza encontramos opções de oportunidades de desenvolvimento de novas skills dentro do ecossistema da Meiuca.


Exemplo 2


Este exemplo é de uma pessoa desenvolvedora, durante seus últimos seis meses conosco. Aqui ela já indicava estar perdendo a visão de sentido em sua atuação. Neste caso, mesmo a Meiuca acompanhando de perto e buscando alternativas para ajudar essa pessoa a se reconectar a esse sentido, a conclusão final foi que a pessoa não queria mais atuar na área de Tecnologia. Então ela iniciou um processo de migração de carreira para um mercado diferente, e concluímos que a melhor alternativa seria o encerramento dessa relação laboral.

Exemplo 2: Gráfico mostrando um desenvolvedor que já não via sentido em sua atuação e acabou migrando de área

Nesse contexto, mesmo o desfecho sendo a perda de uma pessoa colaboradora - o que pode soar como negativo - por termos acompanhado de perto e entendido os porquês dessa movimentação, fica clara a aplicação eficaz da metodologia, nossa responsabilidade como empresa, e quando entram as vontades pessoais desse indivíduo.


Considerando esses dois (de muitos) exemplos, é possível observar  que múltiplos fatores influenciam esse termômetro. O caso do calendário do projeto que estava deixando o designer insatisfeito com o desafio técnico é um fator. E a descoberta do desejo da pessoa desenvolvedora de migrar de carreira é outro. Além desses, podemos citar como contextos que impactam os indicadores: acercamento das férias, tempo de casa, interesses em especialidades diferentes. 


Agora, vamos aos números gerais:

  • 87% da Meiuca sente que vive uma rotina de trabalho saudável;

  • 76% do time está satisfeito com a sua atual remuneração; 

  • 82% das pessoas sentem desafio técnico latente em sua rotina; 

  • 84% do time enxerga sentido no resultado do seu trabalho. 

Além dos 4 pilares da Intersecção, também conseguimos metrificar que 93% do nosso time está feliz com a pessoa que faz a sua liderança direta. 


Comparativos 2023 vs 2024


Também é interessante notar os avanços gerais que tivemos nos pilares desde 2023. Desde então, temos uma média anual geral dos indicadores positiva, além de um aumento de 3% na satisfação do time em relação a remuneração e ao sentido no resultado do seu trabalho.


No que tange ao desafio técnico em nosso dia a dia, também notamos um aumento de 6% na satisfação da equipe. Fato que pode estar relacionado aos experimentos que fizemos no ano passado,em que  criamos uma spinoff de produtos baseados em inteligência artificial - reforçando nossa eterna busca pela vanguarda no mercado de produtos digitais.


Nosso time também demonstrou estar 10% mais animado com suas lideranças diretas em relaçãoao mesmo período do ano anterior. Nossa reflexão aqui pode estar relacionada ao aumento da cultura de feedbacks, aos compromissos com as rotinas de acompanhamento e desenvolvimento, ao amadurecimento das nossas atuais lideranças e a contratação de novas lideranças mais experientes.


E, por fim, um satisfatório aumento de 13% em relação a satisfação com as rotinas de trabalho saudáveis. Aqui já temos o hábito de ver esse índice performando de forma positiva - 74% do time identificava viver um dia a dia com qualidade de vida em nossa estrutura anteriormente.

 

A Meiuca é referência em construir um clima e cultura de alto nível, onde a segurança psicológica e a escuta ativa predominam nas relações. Mas esse salto para 87% da equipe se posicionando como satisfeita ou muito satisfeita com a saúde mental e a rotina de trabalho digna é de aplaudir de pé! Vários fatores podem estar relacionados a esse aumento como: melhoria dos benefícios, crescimento do time de Pessoas e constante cuidado dessa área com o bem-estar do time Meiuca.

Variação dos pilares em comparação aos anos de 2023 e 2024: remunação (+3%), sentido no trabalho (+3%), desafio técnico (+6%), liderança (+10%), rotina saudável (+13%).

E agora, o que vem depois?


A inteligência artificial está dominando também a área de gente e gestão. Acredito que muito em breve poderemos trabalhar, verdadeiramente, com People Analytics dentro da Meiuca. Com o triplo de facilidade de acesso a dados e com metade dos custos atuais.


Seguimos com nossa intenção de verificar como a Intersecção da Felicidade está nos apoiando em combater o absenteísmo, o turnover e em ajudar a construir um clima e cultura dos sonhos. 


Um forte abraço,


Mila 

Chief People Officer na Meiuca

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